Em tempos de pandemia, a Igreja, juntamente com suas comissões episcopais, como a CNBB no Brasil, sofrem junto com os fiéis as dores provenientes da pandemia do novo coronavírus, na medida que unidos em Cristo, sofremos com os nossos irmãos e irmãs que sacrificam do seu tempo, dos seus recursos, da sua vida para combater os malefícios do COVID-19 e dar continuidade na obra evangelizadora e caritativa nas comunidades. Alegra-nos testemunhar a criatividade e o ardor dos fiéis que mantém em suas casas, Igreja doméstica, um ambiente propício para oração e para transmissão, através das mídias sociais, a boa nova do Senhor. Quantos terços, novenas, missas já foram transmitidos pelo mundo, sendo alimento espiritual àqueles que necessitam e não podem estar presencialmente em nossas igrejas.
Contudo, faz-se necessária que tenhamos ainda conhecimentos e prudência nesse período de pandemia, onde os casos de infectados cresce a cada dia. Kant, ao propor uma nova epistemologia, tinha como intuito não apenas formular um quadro teórico para podemos conhecer algo, mas que através dessa nova compreensão do mundo, pudéssemos colocar em prática dessa nova formulação racional. Isso porquê o homem, dotado de bom senso, no Kant chama-o de razão, pudesse utilizar dessa faculdade como instrumento de transformação da sua vida e da vida dos outros, para que a partir da sua conduta moral/racional, este se tornasse um homem virtuoso e desse exemplo para os demais indivíduos. Na filosofia kantiana, o que conduz o homem para uma vida moralmente correta é a sua razão, de forma pura e prática, que abstrai também os conceitos de bom, mal, certo e errado. Ele chamará esta formulação moral de Imperativo Categórico. O conhecimento, nesse caso, é uma forma de compreendermos a conjuntura da natureza para podemos agir no mundo de forma coerente e racional.
Percebe-se, pois, que as maiores dificuldades no enfrentamento do COVID-19 é a falta de conhecimento em grau e por indivíduo. Se por um lado a ciência busca encontrar uma vacina eficaz para combater o vírus a partir de seus estudos, por outro, ainda falta a muitos o bom senso, em seu sentido kantiano, pois muitos indivíduos que não compreenderam a magnitude do problema e não aderiram as propostas da OMS e da Igreja, na tentativa de frear o avanço e a proliferação ainda mais da pandemia, vivem sem utilizar das ações individuais para combater o vírus, colocando a sua vida e a vidas dos outros em risco.
Portanto, mesmo com a dificuldades econômicas, sociais, políticas, familiares, nesse período de pandemia, os cristãos encontram meios para supera-las em família. Ainda com o isolamento social, o ambiente domestico também se tornou lugar de estreitamento de laços entre os familiares, local para aprendizagem e fortalecimento da cognição humana e espaço para transmissão e propagação da fé através das redes sociais. Utilizar-se de nossa capacidade racional, na filosofia kantiana, é antes de tudo uma forma de buscarmos um bem que possa ser propagado para todos, beneficiando toda a sociedade a partir das competências próprias de cada indivíduo.
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